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Protesto em Recife e em outras 14 cidades pede o fim do abate dos jumentos no Brasil

Quinze estados se uniram, neste domingo (30), em protestos contra o abate de jumentos no Brasil. No Recife, a manifestação ocorreu na frente do Cais do Sertão, no Recife Antigo. Os ativistas da causa animal denunciam que o abate em grande escala que vem ocorrendo no Brasil desde 2016 , principalmente no estado da Bahia, pode levar o jumento para a extinção no Nordeste.




“Nosso objetivo é chamar a atenção da sociedade para a situação que os jumentos estão passando hoje no Brasil, de muito sofrimento e até de uma possível extinção”, afirma a ativista Iolanda Silva, do Fórum de Bem Estar Animal (Febema), entidade responsável pela organização do ato no Recife.


Em 2018, a Frente Nacional de Defesa dos Jumentos, movimento que desde 2016 luta contra o abate de jumentos no Brasil, ajuizou ação civil pública na Justiça Federal de Salvador e conseguiu a suspensão liminar dos abates. Em 2019, a liminar foi suspensa. Após vários recursos, no ano passado a Frente Nacional de Defesa dos Jumentos conseguiu restabelecer a liminar, que, contudo, segundo os ativistas, está sendo descumprida pelos abatedouros.


Segundo a entidade, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) está baseando a continuidade dos abates em uma decisão anterior do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), também do ano passado. Porém, a decisão liminar contra o abate é mais recente e deveria ser implementada e fiscalizada, até que a ação civil pública seja julgada, diz a entidade.


“A liminar contra o abate segue em vigor e o nosso objetivo é que mais pessoas assinem a petição nacional para pressionar o Ministério da Agricultura e Pecuária a cumprir e fiscalizar essa legislação. Os jumentos estão sendo abatidos de forma cruel. Há crueldade desde a forma que são capturados até o local onde ficam esperando ser abatidos, muitas vezes até sem água, morrendo de sede É um abate de forma cruel e que também é um grave problema de saúde pública”, diz a ativista Goretti Queiroz.

No site https://salveosjumentos.org.br, é possível enviar e-mails para pressionar os magistrados que estão julgando a causa e fazer doação para a entidade.


CHINA USA COURO DO JUMENTO PARA REMÉDIOS SEM COMPROVAÇÃO CIENTÍFICA


Alexandre Moraes, da coordenação da Febema, afirma que os jumentos são vendidos para o abate muitas vezes por valores bem baixos, por até R$ 20, R$ 30. “Há uma exploração inclusive da sociedade menos favorecida, que por vezes vende seu animal por um preço insignificante. Queremos que não ocorra mais o abate e que haja um plano de como fazer o manejo dessa espécie. Temos situações diferentes: animais soltos que são levados ao abates, animais que são vendidos e até animais que estavam em santuários e foram roubados”, diz.


Os ativistas denunciam que o comércio é lucrativo somente para a China, e não para o Brasil. O interesse da China nos jumentos é pelo couro: dele é retirada uma substância, uma espécie de colágeno, que é usada para fazer o ejiao. Na medicina tradicional chinesa, o eijao é usado para uma miríade de problemas, desde a anemia e insônia até impotência sexual. Não há comprovação científica da eficiência do eijao.

 

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